Curiosidades e balanço do Jogo das Estrelas de 2016

Ginásio Hugo Ramos Mogi das Cruzes

Os principais personagens do basquete brasileiro estiveram no fim de semana em Mogi das Cruzes, palco do Jogo das Estrelas de 2016 do NBB. Alguns deles foram entrevistados pelo Triple-Double e aparecerão por aqui ao longo dos próximos dias. Mas antes disso tudo, vale a pena fazer um registro de curiosidades e outros pontos importantes relacionados ao evento.

O sonho do MVP que se realizou

O sábado foi inesquecível para Shamell. O ala do Mogi das Cruzes ganhou o prêmio de MVP do Jogo das Estrelas ao liderar a vitória dos estrangeiros sobre os brasileiros por 138 a 135, somando 33 pontos, sete rebotes, sete assistências e quatro roubos de bola. Mas há alguns motivos que tornaram o feito ainda mais especial.

“Foi algo muito especial por ter sido em frente à minha torcida. De vez em quando nós temos um sonho, mas sabemos se vamos realizá-lo. Hoje o meu sonho se realizou. Joguei em casa, meu time venceu e eu fui o MVP. É um sentimento muito bacana, que até arrepia um pouco”, disse Shamell.

O prêmio também acabou servindo para que o californiano de 35 anos fizesse uma reflexão sobre o quanto isso significa para a trajetória dele no país. “Quando a gente começa a carreira, não dá para saber onde vai jogar. Eu queria fazer a diferença e deixar a minha marca. O Brasil me deu essa oportunidade. Consegui construir uma família aqui e até torcer para um time de futebol”, disse ele, que virou torcedor do Corinthians por aqui. “Fiz a minha história no basquete e espero continuar assim”.

Shamell foi o MVP do Jogo das Estrelas de 2016 (Foto: Fotojump/LNB)

Shamell foi o MVP do Jogo das Estrelas de 2016 (Foto: Fotojump/LNB)

Dinheiro para os filhos

Acompanhados dos filhos dentro de quadra no momento em que atendeu a imprensa depois do jogo entre brasileiros e estrangeiros, Shamell revelou que eles até têm motivos para comemorar quando seus arremessos não caem. “A cada bola de três que eu erro, eu pago para eles R$ 10. Bolas de dois são R$ 20, e cada lance livre é R$ 50. Aí a gente pega os erros e faz as contas para saber o quanto eu pago. Eles ficam contando na hora e sempre sabem. Podem perguntar”, contou o ala. Os filhos confirmaram a história, mas disseram que ficam apenas “mais ou menos” contentes quando o pai erra bastante.

Reencontro para matar a saudade

Shamell não foi o único a ser recebido com festa quando teve seu nome anunciado para os presentes no ginásio. O mesmo aconteceu, evidentemente, com Tyrone, Larry, Filipin e Jimmy, outros representantes de Mogi das Cruzes nos dois dias de evento, mas também com um velho conhecido na cidade: o armador Gustavinho, que hoje está no Caxias do Sul, mas que defendeu o time paulista até a temporada passada. “Ter essa torcida ao lado é sensacional”, declarou ele, que foi um dos finalistas no desafio de habilidades e ouviu o público gritar o seu nome durante a disputa. “É a torcida mais quente do campeonato, que empolga qualquer um. É sempre um sexto jogador nas partidas. Pena que eu não consegui retribuir com o troféu.”

Enfrentando um ídolo

Larry Taylor é natural de Chicago, mas tem defendido o time brasileiro no evento desde que se naturalizou. No Jogo das Estrelas deste ano, ele teve a oportunidade de jogar contra alguém que foi um ídolo na adolescência. “Eu sou torcedor do Bulls desde criança, então vi muito o Ron Harper jogar e ser campeão com a equipe. Aí hoje eu estou aqui jogando contra ele. É algo que nunca pensei que fosse acontecer”, comentou o armador.

Ron Harper em ação pelo time dos estrangeiros no Jogo das Estrelas (Foto: Fotojump/LNB)

Ron Harper em ação pelo time dos estrangeiros no Jogo das Estrelas (Foto: Fotojump/LNB)

Tem instrução, sim

Em um jogo festivo como esse, será que os treinadores dão algum tipo de instrução aos atletas? “Pior que a gente passa algumas coisas, sim”, revelou Demétrius, técnico de Bauru e um dos comandantes da equipe estrangeira. “Nada muito complexo, porque daí precisaria fazer uns treinos juntos. Mas coisas mais simples nós conseguimos passar e funcionam.”

Inimigo número 1

Se Gustavinho foi bastante aplaudido, alguns outros personagens tiveram recepção oposta. Alex, por exemplo, muito por causa da rivalidade desenvolvida nos últimos meses entre Bauru e Mogi das Cruzes, ouviu vaias bem intensas sempre que tese o nome pronunciado. Pareceu até o que aconteceu com Nezinho em Franca em tempos passados — antes de ele acertar com a equipe da cidade e transformar boa parte desta perseguição em admiração.

Rei das enterradas

A torcida local até fez força para tentar influenciar os jurados, mas não teve jeito. O ala Jimmy não ganhou o campeonato de enterradas. O vencedor foi, com toda a justiça do mundo, o ala-armador Mogi, que defende o Paulistano, tem 19 anos e, apesar de o nome sugerir se tratar de alguém nascido na cidade que recebeu o Jogo das Estrelas, na verdade é natural de Mogi Guaçu. A inspiração para ele levar a melhor na competição? “Vince Carter, que ganhou o torneio de enterradas na NBA quando tinha uma idade próxima à minha”, respondeu.

Mogi: ala-armador do Paulistano se inspirou em Vince Carter (Foto: Fotojump/LNB)

Mogi: ala-armador do Paulistano se inspirou em quem realmente sabe enterrar (Foto: Fotojump/LNB)

Mais atrações

As atividades do Jogo das Estrelas não se resumiram apenas ao que aconteceu dentro do ginásio Hugo Ramos. Fora dele, havia uma série de opções de lazer e entretenimento naquilo que foi chamado de “espaço #JogaJunto”. Eram tendas com atividades promovidas pelos patrocinadores e alguns food trucks ali estacionados para quem desejasse matar a fome. No lado de dentro, na área que dava acesso às cadeiras do público, havia uma loja vendendo produtos oficiais do Mogi das Cruzes. Na verdade, ela sempre funciona em jogos da equipe. A diferença é que desta vez também tinha em seu estoque roupas da NBA e alguns produtos específicos do Jogo das Estrelas. Só faltou mesmo colocarem à disposição os uniformes usados no duelo entre brasileiros e estrangeiros.

Público

No sábado, o Hugo Ramos encheu. Não que o ginásio tenha ficado lotado, mas ficou bem cheio. No domingo, porém, a história foi diferente. Havia muito mais lugares vazios durante os torneios individuais, justo durante aquilo que foi exibido na TV aberta pela Globo. É um sinal claro de que alguma estratégia em termos de atração do público, pelo menos neste último dia, não funcionou e deve ser revista para as próximas oportunidades.

Onde será o próximo?

Ainda não há uma definição para a sede de 2017, mas já há algumas ideias neste sentido. Uma delas é a de tentar levar o Jogo das Estrelas para Belo Horizonte. “Um dos objetivos do evento é de desenvolver o basquete na localidade que o receber”, disse Kouros Monadjemi, diretor de relações institucionais da LNB (organizadora do NBB). “Vamos estudar com um certo critério, mas Minas Gerais já está na nossa mira há mais tempo. Nossa ideia é levar o evento para onde precisamos fazer o basquete evoluir mais”, completou.

2 ideias sobre “Curiosidades e balanço do Jogo das Estrelas de 2016

  1. Fábio Lampólia

    Em relação ao público eu destaco o preço dos ingressos para não ter lotação máxima, apesar de todos os eventos externos o preço foi meio salgado. Os ingressos mais baratos para o sábado era R$40 e R$30 para o domingo. Em momento de crise econômica e Liga poderia fazer um preço melhor, ainda mais com a quantidade de patrocínios que tem. Mas no geral a festa foi belíssima.

    Curtir

    Resposta

Deixe um comentário